O Brasil no Encontro Histórico de Arquivos
Tratar o cinema como patrimônio, na primeira cidade brasileira declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO Ouro Preto – cidade cinematográfica por natureza, histórica e singular – é o eixo central que impulsiona as edições anuais da CINEOP Mostra de Cinema de Ouro Preto que apresenta uma proposta inédita no circuito de festivais e necessária ao desenvolvimento de uma nação centra o foco napreservação, memória e identidade.
A preservação do cinema e do audiovisual em geral transformou-se nos últimos anos em um dos temas mais salientes da área cultural no Brasil. A iminência de perda de obras significativas do cinema brasileiro, a evolução das técnicas de restauração, a descoberta de filmes raros ou considerados perdidos dão a tônica às discussões durante a CINEOP que têm proporcionado uma visibilidade crescente para um verdadeiro tesouro escondido em cinematecas, arquivos, redes de televisão, museus e coleções particulares.
Eleita pelo setor como o fórum privilegiado para o debate, reflexão e encaminhamento de ações sobre apreservação do patrimônio audiovisual brasileiro, a CineOP Mostra de Cinema de Ouro Preto chega à sua terceira edição, entre os dias 12 e 17 de junho de 2008, promovendo o 3º Encontro Nacional de Arquivos de Imagens em Movimento.
Este Encontro que vai reunir mais de 40 Instituições de vários Estados do Brasil com o propósito de dar continuidade a uma série de discussões e debates que, em 2007, resultou na Carta de Ouro Preto – documento reivindicatório quanto à ação do Estado brasileiro na salvaguarda do patrimônio cinematográfico, à organização do setor em busca da melhoria das condições de formação dos profissionais, de guarda e conservação das obras e de promoção de ações de acesso a esse bens por parte da sociedade, além das diretrizes emergenciais para a criação de novas políticas públicas de preservação da memória cinematográfica e audiovisual brasileira.
A convulsão do cinema moderno nos anos 60
A década de 60, para o cinema brasileiro, foi mais de uma. Não houve apenas Cinema Novo e Cinema de Invenção, nem somente a turma de Glauber Rocha e a turma de Rogério Sganzerla, nem uma exclusividade de manifestações de uma estética moderna, caracterizada por suas dissonâncias, rupturas, quebras de paradigmas e rebeldias estéticas, mas também a permanência de chanchadas e suas variações cômicas, filmes policiais e de cangaço, vertentes de cinema popular sem nenhuma conexão com a inventividade dos autores mais radicais da década.
A 3ª CineOP estimulará uma reflexão cercada de sutilezas sobre essa produção moderna, procurando colocá-la em contexto com o cinema mundial da época e com cinema brasileiro da década anterior, não somente por meio da homenagem conjunta a Glauber Rocha e Rogério Sganzerla e da exibição de seu filmes, mas também com um seminário composto de olhares diferentes para essa vertente.
HOMENAGENS
Glauber Rocha
Rogério Sganzerla