A CHANCHADA NOS ANOS 50
A década de 50
Anos dourados
O ápice da Chanchada
Chegada da televisão
Humor ingênuo, burlesco
Transição entre o período de guerras
Clássicos para ficar na memória.
Neste momento em que o cinema brasileiro tem conseguido produzir consistentemente filmes de grande sucesso de bilheteria, nos quais se destacam principalmente as comédias (com filmes como A Mulher Invisível, Divã, A Grande Família e as séries Se Eu Fosse Você e Os Normais que, juntos, tiveram mais de 21 milhões de espectadores), a 6a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto retorna à década de 50 e resgata aquele que foi o mais popular e bem sucedido gênero cômico da história do cinema brasileiro: a chanchada, em especial as da Atlântida.
Realizadas com baixo custo, sustentadas pelo humor sarcástico, dotado de um star system próprio (Oscarito e Grande Otello em destaque), com situações vividas por personagens suburbanos, com a malandragem nos gestos e na língua, as chanchadas viram sinônimo de má qualidade, bagunça, esculacho, sobretudo quando setenciada pela falta de humor do Cinema Novo. No fim dos anos 60, com Rogério Sganzerla e Julio Bressane, a chanchada torna-se cult, reciclável.
No cinema, a década se manifestou de diferentes formas: além das chanchadas da Atlântida, houve as produções independentes com ambições realistas e sociais, os dramas “relevantes” da Vera Cruz e o sucesso internacional de O Cangaceiro (1952), de Lima Barreto, produzido pelo estúdio paulista. Nem a Vera Cruz, com seus filmes de boa imagem técnica e tom um tanto apático, nem os independentes críticos, com sua precariedade material e força criativa (Nelson Pereira a frente, com Rio 40 Graus e Rio Zona Norte), tiveram a penetração, para além dos estudos de cinema, do conjunto de chanchadas do período de ouro da Atlântida. Essa fase coincide com uma mudança no time da produtora: Watson Macedo saiu da companhia para abrir sua empresa após Ai Vem o Barão (1952) e, no vazio deixado, Carlos Manga passa a brilhar com sua linha de comédias paródicas.
A produtora carioca Atlântida descobriu nos filmes carnavalescos um grande negócio, capaz de fazer muito sucesso entre o público brasileiro. Sem dúvida, ela foi a grande responsável pelo sucesso das chanchadas e a pioneira em adotar os temas carnavalescos em forma de musicais.
Apesar das produções serem feitas a partir da caricatura e trejeitos norte-americanos, eram adicionados temas do cotidiano nacional, como as anedotas tipicamente cariocas e o jeito malandro de falar e se comportar do brasileiro.
Na 6ª CineOP, a temática histórica contextualiza a chanchada nos anos 50 e convida você a conhecer, participar e debater este momento histórico com olhar contemporâneo.
HOMENAGEM
Carlos Manga