JANDIRA FEGHALI DEFENDE ACESSO À MEMÓRIA EM MESA SOBRE PRESERVAÇÃO NA CINEOP
Publicado em 27 jun 2025Na sexta-feira também foi lançada a Rede Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais
A mesa “Preservação e Educação: A Alma Viva do Cinema Brasileiro”, realizada na manhã de sexta-feira 27/6 no Centro de Convenções de Ouro Preto, reuniu figuras importantes das políticas audiovisuais para compartilharem experiências e novidades. Entre elas, reforçando a notícia já divulgada, o reitor da UFOP, Luciano Campos, anunciou a criação do curso de bacharelado em Cinema e Audiovisual, formalizado numa carta de intenção assinada durante a mesa.
Ele destacou a vocação de Ouro Preto como polo cultural e a trajetória da universidade no audiovisual, citando a aquisição do Cine Vila Rica em 1986 e a parceria com a Universo Produção desde 2005. Campos detalhou que o curso será vinculado ao Instituto de Filosofia, Arte e Cultura (IFAC) e vai dialogar com áreas como artes cênicas e música, com enfoque inclusivo e experimental.
O reitor mencionou a infraestrutura da UFOP, como a TV UFOP e o Cine Vila Rica, que está em processo de restauração. “Acreditamos numa experiência transformadora dentro e fora da UFOP”, disse.
A deputada federal Jandira Feghali fez reflexões enfatizando o caráter político do audiovisual, que, para ela, vai além da técnica e se insere na disputa por valores e pela afirmação da diversidade brasileira. Feghali defendeu a autonomia artística do cinema e alertou contra sua redução a uma ferramenta pedagógica conteudista.
“Tem que ter autonomia da liberdade artística do que é a obra audiovisual dentro dos ambientes onde ele é apresentado”, afirmou a deputada. Ela destacou a necessidade de um cinema que fomente o pensamento crítico e resista à colonização cultural promovida pelo mercado.
Feghali também sublinhou a importância da preservação para garantir a memória histórica e elogiou o trabalho das cinematecas brasileiras. “A memória não é para ser guardada, é para dar acesso para que as pessoas conheçam a sua própria história e a valorizem”, defendeu. Ela chamou atenção para o cinema como ferramenta de potencial transformador em escolas e comunidades.
A educação audiovisual transformadora foi abordada também por Cesar Callegari, presidente do Conselho Nacional de Educação, que defendeu a integração entre cultura e ensino. Ele criticou a secundarização da arte no sistema educacional e propôs um modelo atravessado por processos criativos e colaborativos. “Nós aprendemos quando criamos. Todo processo de aprendizagem é sempre um processo inaugural para o aprendiz”, disse.
Callegari também anunciou a revisão das diretrizes curriculares relacionadas à arte no Conselho Nacional de Educação e convidou os presentes a contribuírem com suas experiências. Callegari reforçou que a preservação vai além da guarda de acervos, sendo um ato de mobilização social. “A efetiva preservação se dá no processo de circulação e de contaminação da sociedade em relação ao processo criativo”, disse.
Conselheiro presidente do TCU-MG, Durval Ângelo trouxe uma perspectiva histórica ao destacar a preservação como um ato de justiça social. “Somos educadores e militantes na causa dos direitos humanos dentro também desses processos”, disse.
Paulo Alcoforado, diretor da Ancine, tratou de desafios regulatórios do setor e mencionou a consulta pública para a agenda regulatória 2025-2026, que inclui temas como televisão 3.0, inteligência artificial e streaming. Alcoforado propôs parcerias com universidades para enfrentar esses desafios e sugeriu colaborações com o Ministério da Educação e o Fundo Setorial do Audiovisual.
Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual e também presente na mesa, anunciou algumas horas depois o lançamento da Rede Nacional de Arquivos Audiovisuais. Instituída no âmbito do Programa de Preservação do Audiovisual Brasileiro, a rede será um instrumento estratégico que articula atores públicos e privados, como cinematecas, museus e arquivos regionais, em uma estrutura voluntária, descentralizada e federativa.
“Ela é composta por conselho consultivo, câmaras técnicas temáticas e redes regionais, organizadas com base em critérios de representatividade territorial, diversidade cultural e governança colaborativa”, destacou Joelma.
Ela disse que a construção coletiva com a sociedade civil e instituições como a Cinemateca Brasileira e o Arquivo Nacional estarão na linha de frente da iniciativa.
O lançamento de uma rede dedicada aos arquivos foi descrito como uma resposta à história de luta e resistência debatida ao longo dos anos na CineOP. A secretária reforçou que a rede simboliza uma nova cultura institucional, na qual o Estado atua como articulador e fortalece a preservação em formatos colaborativos.
“A Rede Nacional de Arquivos Audiovisuais é de vocês. Ela foi construída com base em suas contribuições, sustentada por sua memória, orientada por seu diagnóstico”, afirmou Joelma, que citou ainda ações como o inventário de bens culturais audiovisuais e a normatização do depósito legal.
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